Ele chegou à redação da Revista Mídia, como sempre: sem avisar. Por volta das 10 horas, entrou sem bater e abriu os abraços. Toda a redação coube neste abraço dele que demonstrou carinho e respeito.
Estamos falando do ator e embaixador do circo brasileiro Marcos Frota, que nasceu em Guaxupé, cidade que ele divulga e guarda no coração por onde quer que vá. A teledramaturgia e a paixão pelo circo o acompanham desde a tenra idade vivida na cidade. Ele se recorda em assistir à espetáculos dos circos que pela cidade passavam e armavam suas lonas na Rua Mancini. Foi nesta época que nasceu no menino Marquinhos o interesse pelo circo.
A estreia na TV aconteceu na novela “O Julgamento”, produzida pela extinta Rede Tupi e exibida às 20 horas, e foi ao ar entre 4 de outubro de 1976 a 30 de abril de 1977, com 178 capítulos. No mesmo ano, integrou o elenco de “Escrava Isaura”. Fez grandes novelas como 'Cambalacho', 'Sassaricando', 'Sexo dos Anjos', 'Mico Preto' e 'Vamp'. Em 1993, interpretou o inesquecível Tonho da Lua, em ’Mulheres de Areia’. Na novela, o personagem também dividia a paixão pelo circo. Desde 1995 tem circo e uma escola de formação para artistas circenses.
Foi casado com Cibele Ferreira de 1976 a 1993 - quando ela morreu em um acidente, no Rio de Janeiro. Teve três filhos com ela: Amaralina (que é produtora na TV Globo), Apoena (atua como músico no Berklee College of Music, em Nova Iorque) e Taynã (também produtor na TV Globo). Em 1997, se casou com a atriz Carolina Dieckmann com quem teve o filho Davi que, atualmente, estuda em Miami. O casamento acabou em 2003. Frota se divide entre os compromissos com o circo brasileiro, a TV , aos filhos e netos.
O ator jamais escondeu seu amor pela cidade natal. Em todas as oportunidades, se refere à Guaxupé como sua cidade e onde formou toda sua sensibilidade artística. A família Frota foi uma das mais importantes produtoras de café, segmento no qual se destacou no mercado brasileiro. O patriarca Vicente Duarte da Rocha Frota, ex-prefeito de Guaxupé e avô de Marcos Frota, teve importante participação no desenvolvimento da cidade, estando envolvido diretamente nas construções do Clube Guaxupé, Guaxupé Country Club e sob o comando do Poder Executivo na década de 30.
EM GUAXUPÉ, Marcos revisitou alguns locais que marcaram sua vida. Esteve em sua antiga residência, localizada à rua Major Joaquim Pedro e, também, na Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé, onde o avô e o pai foram um dos primeiros cooperados. Lá, foi recepcionado pelo executivo de Comunicação Corporativa, Jorge Florêncio Ribeiro Neto.
O cheiro e o aroma do café despertaram no ator as mais importantes lembranças - o que o emocionou. “Tudo isso que estou vendo e sentindo me faz retornar à minha infância, aos cafezais da minha família e na sala de degustação de cafés do meu pai”, disse.
A família Frota sempre foi envolvida com o café nas fazendas Jacuba, Viradouro, Macena, Roseira e São Vicente. “Me lembro exatamente de cada detalhe que envolvia essa cultura dentro da minha família. Em Biguatinga, foi construído o primeiro armazém da família Frota. Foi ali que tudo começou com o meu avô, Vicente Frota. Ele ajudou na construção do Country Club de Guaxupé, foi presidente do Clube Guaxupé e prefeito da nossa cidade. E, por incrível que pareça, esse armazém existe até hoje e está do jeitinho que era do tempo do meu avô”, recorda.
Depois veio a geração de Vicentinho Frota e Carlos Alberto Frota, pai e tio de Marcos. “Nesta época, eles deram um upgrade no desenvolvimento das fazendas de café e aumentaram consideravelmente a produção e o envolvimento de toda a nossa família com o café de Guaxupé”.
A família buscou apoio nos grandes cafeicultores da época, Isaac Ribeiro Ferreira Leite, então presidente da Cooxupé, e Olavo Barbosa, proprietário da Exportadora de Café Guaxupé. “Lembro claramente das reuniões do meu pai e do meu tio com esses gigantes guaxupeanos do café brasileiro, com o objetivo de transformar Guaxupé em num polo exportador devido à qualidade do nosso café. E hoje é uma realidade”.
Ele conta que, com o passar do tempo, o pai foi se profissionalizando na degustação de café. “Como estava diariamente envolvido com papai, tinha um hábito que depois se transformou num compromisso. Ele era um degustador de café no nosso armazém - que ainda existe aqui em Guaxupé, próximo a linha da antiga Mogiana. Chegavam dezenas de caminhões com sacas de café para serem selecionadas. E papai então ia até a Cooperativa para poder fazer parte dessa prova. Ele era um degustador do café e se especializou nisso”.
Marcos disse que ia com o pai nas viagens que fazia pelas várias cidades e fazendas da região. “Eu o acompanhei muitas vezes em cidades do interior de Minas Gerais, como Cabo Verde, Monte Santo de Minas, Caconde e por tantos lugares que não vou me lembrar agora. Ele experimentava o café antes de comprar para, depois, para depois exportar”.
Segundo ele, a cultura do café estava impregnada na família. “Tanto é que meu pai foi muito reverenciado lá na bolsa do Café, localizada na Rua 15 de Novembro, na cidade de Santos, cidade onde ele nasceu. A famosa Rua 15 de Novembro é um lugar que cultua a cidade de Guaxupé porque a qualidade do nosso café sempre foi muito reverenciado neste local - e meu pai era um dos personagens”.
Vicentinho Frota e Carlos Alberto Frota viviam a cultura do café. Gostavam de falar, de ler e de valorizar o café. “Eles acompanhavam o mercado nacional e internacional. Eram muito próximos de Olavo e de Isaac. Eles não pensavam o café como cultura e não apenas como comércio - mas sim, como atitude, como visão diferenciada e como geração de empregos. Buscavam a união de todos os produtores para o nosso café guaxupeano ter mais força”.
Marcos também se tornou um apaixonado pelo grão. “Meu pai amava o café e ele me ensinou a amar também. Quantas e quantas vezes eu corria as ruas de café com ele para acompanhar as colheitas ou ver o plantio. Ele vibrava quando a safra era proveitosa e se transformou num dos grandes personagens da cultura do café do Instituto Brasileiro do Café”.
O ator diz se lembrar bem das reuniões que tinham nas fazendas envolvendo as diretorias do IBC, governadores do Estado de Minas Gerais e os produtores da região. “E quando os resultados eram positivos, eles vibravam - não só com seus próprios êxitos ou com as próprias conquistas - mas com o café como um todo. Lutavam por bons preços, pelo envolvimento dos pequenos produtores do café, ficavam felizes em ver a evolução de cada um. Papai era um homem muito generoso e não queria só para si. Ele queria que tudo o que acontecesse fosse para todos e que a vitória fosse de todos. Porque ele amava o café”.
Até os dias atuais, Marcos continua apaixonado por nosso ouro verde. Ao chegar na redação da Revista Mídia já pediu seu café - claro, de Guaxupé. E foi atendido imediatamente.
“Eu sou apaixonado pelo café de Guaxupé. Vou, sempre que posso, na Cooxupé e faço questão de comprar e faço isso também nos mercados do Rio de Janeiro e de São Paulo. E fico muito feliz e muito honrado quando eu ganho da área do Marketing algumas seleções especiais que são produzidas agora pela nossa Torrefação Cooxupé. É um orgulho para todos nós. Eu falo que eu sou de Guaxupé que é a terra da Cooxupé. Fico muito feliz e muito orgulhoso quando se fala desta grande empresa na mídia nacional e internacional. Quando se cita o nome Cooxupé já digo: é da minha cidade. Parabéns, Cooxupé, por tudo, pelo êxito, pela entusiasmo de manter viva a cultura do nosso café”, disse.
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