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Dr. Marcio Costa, do Instituto Nehemy Costa, fala sobre o retinoblastoma e do diagnóstico precoce



Um assunto que viralizou nas redes sociais neste final de semana foi o retinoblastoma, um câncer ocular raro que acomete geralmente as crianças. Foi o diagnóstico da filha dos jornalistas Tiago Leifert e Daiana Garbin que comoveu o Brasil.


Os jornalistas divulgaram um vídeo nas redes sociais contando do diagnóstico de retinoblastoma em Lua, de 1 ano e 3 meses, e disseram que a missão de suas vidas passou a ser alertar outros pais para os perigos desta doença e primeiros sinais que podem ser observados.


O médico Marcio Costa, do Instituto Nehemy Costa, localizado em Guaxupé, é uma das referências neste tipo de diagnóstico. Ele é Especialista em retina e vítreo, oncologia ocular, ultrassom e catarata. É preceptor em Oncologia ocular na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Membro da Sociedade Pan Americana de Oncologia Ocular e já ministrou palestras em fóruns e encontros da Sociedade Brasileira de Oftalmologia por todo o Brasil.


Ele explicou que o Retinoblastoma é um tumor maligno intraocular e que ocorre com mais frequência na infância. O tumor tem origem nas células da retina, que é a parte do olho responsável pela visão, afetando um ou ambos os olhos. Geralmente, ocorre antes dos 5 anos de idade e, em 40% dos casos, a doença é hereditária, com possível histórico familiar acometendo ambos os olhos.


"Nos demais casos os tumores são considerados esporádicos e afetam apenas um único olho. Seu diagnóstico precoce, através do teste do olhinho, pode muitas vezes não apenas salvar a visão mas, principalmente, a vida da criança", alerta o especialista.


A principal manifestação é um reflexo brilhante no olho doente, parecido com o brilho que apresentam os olhos de um gato quando iluminados à noite. As crianças podem ainda ficar estrábicas (vesgas), ter dor e inchaço nos olhos ou perder a visão.


Os casos podem ser diagnosticados por médicos experientes por meio de exame do fundo de olho, com a pupila bem dilatada. Em geral, não se deve realizar biópsias.


Todos os pacientes devem passar por estudo de aconselhamento genético para identificação de casos que são hereditários.


Se outras pessoas da família já tiveram o tumor, as crianças devem ser examinadas por um oftalmologista experiente desde a hora do nascimento, e durante os primeiros anos de vida, para que o diagnóstico seja o mais precoce possível.


TESTE DO OLHINHO


O teste do Olhinho ou Reflexo Vermelho é um exame que deve ser realizado no bebê dentro da maternidade, pois acusa diferentes problemas de visão e até câncer.


Segundo o especialista, o diagnóstico é percebido no reflexo que vem através das pupilas quando estas são submetidas a uma fonte de luz. Este reflexo é, muitas vezes, observado em fotografias com flash.


"O Reflexo Vermelho normal (em tons de vermelho, laranja ou amarelo, dependendo da incidência de luz e da pigmentação da retina), mostra que as principais estruturas internas do olho (córnea, câmara anterior, íris, pupila, cristalino, humor vítreo e retina) estão transparentes, permitindo que a retina seja atingida pela luz, de forma normal. Quando há alteração na estrutura do olho, geralmente não se observa o reflexo, ou este não se apresenta com uma boa qualidade”, alerta.


Leucocoria é o nome que se dá à ausência deste reflexo vermelho, muitas vezes descritas como pupila branca. Existem várias doenças que causam leucocoria, como retinoblastoma, catarata congênita, doença de Coats, retinopatia da prematuridade, persistência do vítreo primário hiperplásico, toxoplasmose, entre outras.


Nem sempre a Leucocoria pode sugerir um tumor. Há a Retinopatia da prematuridade, uma doença que afeta a retina da criança prematura, pois há um desenvolvimento incompleto da retina. Portanto, é de extrema importância que todo prematuro seja encaminhado ao oftalmologista.


Outra doença que pode acometer os recém-nascidos é a catarata congênita, uma opacidade do cristalino - a lente que temos dentro do olho. Quando ela fica opaca, causa diminuição da visão. Pode ser hereditária (em até 20%) ou até mesmo ser causada por infecções durante a gestação. Por isso, a importância de um pré-natal adequado.


"O exame oftalmológico, assim como o utrassom ocular, são fundamentais na detecção e diferenciação destas doenças. Na maioria dos serviços de neonatologia do País, os olhos dos recém-nascidos não são adequadamente examinados e, como resultado, mais de 50% dos casos problemáticos só são descobertos tardiamente - quando a cura é impossível ou muito mais trabalhosa. Estudos apontam que o retinoblastoma,tumor maligno tem seu pico de incidência em torno de 18 meses de idade. No Brasil, é diagnosticado tardiamente em 60% dos casos, quando já não é possível salvar o olho ou mesmo a vida da criança. O desenvolvimento da oftalmologia permite que, atualmente, pelo menos 70% das causas de cegueira e severo comprometimento visual infantil tenham prevenção ou tratamento efetivo", explica Marcio Costa.


Ele alerta que o sistema visual da criança está em franco desenvolvimento durante o primeiro ano de vida. Dessa forma, as principais causas de cegueira na infância necessitam de diagnóstico precoce e pronto tratamento para que o sistema visual se desenvolva o mais normal possível.


"A criança não pode esperar. O diagnóstico precoce das principais causas de cegueira e severo comprometimento visual de crianças pode ser realizado de forma muito simples, ainda na maternidade, por meio da realização do “Teste do Olhinho”, em todos os recém-nascidos. É um exame muito simples, rápido e indolor. O único equipamento necessário é um oftalmoscópio direto, que é posicionado diante de cada olho do bebê, em busca de se observar o reflexo vermelho (homogêneo e simétrico em ambos os olhos)", explica.


O teste pode ser realizado por qualquer pediatra que tenha recebido treinamento para isto. Entretanto, em casos de suspeita de alteração do reflexo vermelho ou dificuldade para sua realização, a criança deverá ser encaminhada ao médico oftalmologista para um exame mais detalhado sob midríase.


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