Uma receita centenária, trazida à Guaxupé pelos imigrantes sírios e libaneses, a do queijo árabe chamado shanklish, foi destaque em uma reportagem feita pela EPTV Sul de Minas.
O jornalista Gustavo Oliva esteve na cidade e entrevistou descendentes dessas famílias árabes que mantêm viva a tradição do queijo em Guaxupé, considerado um dos melhores do Brasil.
O shanklish, de origem árabe, se tornou bem imaterial em Guaxupé. O produto tem a tradição mantida na cidade em que possui mais de 100 anos de história. A tradição é passada de geração em geração.
“Meus avôs vieram do Líbano, tanto paternos quanto maternos, e meu pai tinha 10 anos na época. Vieram para a região de Minas e trouxeram na bagagem a receita do queijo que eles estavam acostumados a comer lá, que é o shanklish. Trouxeram também a sementinha do condimento e aqui começaram a fazer para os amigos e para os vizinhos. E depois foi passando de geração em geração, foi para a minha mãe, agora estou assumindo a receita há muitos anos”, contou a empresária Carmen Silva Ribeiro.
Toda essa história, junto com o trabalho, resultou em uma fábrica na cidade. A família conseguiu patentear a marca que já existe há mais de 30 anos.
“Começamos a vender para São Paulo, Brasília e hoje estamos vendendo no Brasil todo. Em todas as regiões e todos os estados, com a mesma receita e o mesmo condimento”, completou a empresária.
Guaxupé tem forte influência da cultura árabe, principalmente de libaneses e sírios que chegaram à região em meados do século 19. Eles também foram os responsáveis por trazer a receita do shanklish às terras sul-mineiras.
“A colônia árabe em maior quantidade e a colônia italiana em menor quantidade vieram para nossa região. Os árabes meio que fincaram a sua vinda a sua família em Guaxupé. Quando eles vêm ao Brasil, eles trazem um pouco da culinária árabe. A mais fácil de produzir ou de se manter era o queijo árabe shanklish. Guaxupé é uma das primeiras cidades do país que tem esse conhecimento, de que essa produção existia em Guaxupé”, disse o secretário de Cultura, Esporte e Turismo de Guaxupé, Marcos Buled.
O diferencial do queijo shanklish é o tempero e também o modo de preparo, que pode mudar de família para família.
“Produzimos a partir do leite in natura pasteurizado. Fazemos a ricota, da ricota fazemos a massa, moldamos. Tudo pesado e padronizado. A partir dele moldado, a gente coloca no sol para secar e vamos fazendo o controle de peso. Assim que ele atinge o peso, a gente passa no zattar [espécie de orégano árabe]”, falou a empresária Homayra Abdala.
Guaxupé possui mais de 20 produtores de queijo shanklish, que se tornou um bem imaterial da cidade. Em novembro, um dossiê será encaminhado ao instituto estadual do patrimônio histórico e artístico de Minas Gerais.
“Manter a tradição e o legado de toda cultura em Guaxupé. Algumas raízes se perdem. O processo dos filhos, dos netos e dos bisnetos, vai se perdendo. E com o registro do bem material é preciso manter essa história”, contou o secretário.
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(Com informações do G1)
Sou um consumidor ativo desse maravilhoso produto.
Quando vou à Guaxupé, trago em média 40 peças...
Simplesmente fantástico...