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Resistência criativa dos grupos teatrais da região inclui audiovisuais

Por SILVIO REIS, jornalista



Flicts do Máscaras no Festival de Artes Cênicas de Conselheiro Lafaiete, em 2016

Sete integrantes de grupos teatrais da região foram entrevistados e divulgaram formas diferenciadas de resistências no ofício teatral. Na pandemia do coronavírus, o audiovisual tem ajudado a manter o teatro.

Pioneirismo regional


Como manda a tradição, os mais velhos ou experientes ficam em primeiro lugar. No currículo do Grupo Teatral Boca de Cena, de Muzambinho, consta que o grupo foi formado em 1999 e oficializado em janeiro de 2000. Com quase 22 anos de atuação, das 42 peças produzidas, 14 foram clássicos do teatro nacional e mundial. As outras peças são de autoria do fundador do grupo, Fábio Anderson, que também adaptou textos teatrais. Ele ainda produziu e dirigiu peças para crianças, público infanto-juvenil e adulto. Segundo a integrante e atriz Camila Fernandes, o Boca de Cena optou por não participar de festivais de teatro. Atualmente, com 11 integrantes, quatro são moradores de Poços de Caldas, Cabo Verde e Juruaia. Nessas três cidades próximas, e também Pouso Alegre, o Boca de Cena já se apresentou. A prioridade é atuar em espaços culturais e alternativos de Muzambinho. Uma característica peculiar é o pedido de peças com apresentação em empresas (restaurante e loja). Em 2019 e 2020, o grupo ensaiou a peça A Visita da Velha Senhora, de Fábio Anderson, com Camila na direção. A apresentação pública depende das flexibilizações da pandemia.

Máscaras há 20 anos


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O Grupo Máscaras, de Guaranésia, comemorou 20 anos em setembro deste ano, com 26 peças produzidas. Desse total, seis trabalhos foram criação coletiva do grupo e duas peças adaptadas. Ao participar de 30 festivais de teatro e dança, o Grupo Máscaras conquistou 19 prêmios, principalmente nas categorias Teatro de Rua e Alternativo. Em diferentes épocas, o grupo teve conquistas na Secretaria Estadual de Cultura de Minas Gerais, Secult-MG. O Espaço Máscaras Cultural, inaugurado em 2005, venceu duas vezes o Edital Cena Minas (2008 e 2015) e uma vez o edital do Fundo Estadual de Cultura (2016). Foi reconhecido como Utilidade Pública Estadual (e Municipal). Em 2016, o governo federal cedeu a certificação Ponto de Cultura Espaço Máscaras, para oferecer gratuitamente cursos livres de teatro, dança, oficinas de arte, encontros, saraus e cultura popular na Cordelteca João de Sá, contemplada duas vezes com o prêmio Culturas Populares do governo federal. Em 2018, a Secult-MG destinou recursos para a realização do circuito de festivais de Teatro no interior do estado mineiro. Uma comissão escolheu e geriu recursos para a realização de 14 festivais de teatro. O Grupo Máscaras foi o único representante do Sul de Minas no Circuito Minas. De 2003 a 2010, o Grupo Máscaras realizou sete edições do Festival Regional de Dança. A partir de 2016, foi criado o Festival de Teatro de Guaranésia, Feteg, que se tornou internacional com a participação de um grupo teatral do México. Com a pandemia, deixou de acontecer em 2020 e 2021. Mauro César, o Maurinho Máscaras, informa que o O Feteg 5º Ato foi somente adiado. A programação e os grupos selecionados foram mantidos. Com o avanço da vacinação anticovid, o festival foi agendado para abril de 2022, com 31 espetáculos confirmados, sendo 29 para a mostra competitiva e dois convidados, incluindo um grupo teatral da Colômbia.


Tramas & Dramas chega aos 15

O Casarão Amarelo com Arlete Mendes e Ernane Sastre

Nesses 15 anos de Tramas & Dramas, o grupo teatral produziu mais de 20 espetáculos e intensificou a produção depois do incentivo de dois festivais promovidos pelo Fundo Municipal de Cultura (Guaxupé Café Festival e Natal de Luz). Apenas as duas primeiras peças encenadas pelo grupo foram clássicos do teatro mundial. A maioria dos espetáculos é autoral ou adaptações de livros e textos dramatúrgicos, como Genaro e Dora, escrito por Carolina Borges especialmente para o grupo em 2011. O Tramas & Dramas participou de diversos festivais de teatro e foi grupo convidado. Destaque para o Festival de Artes Cênicas de Conselheiro Lafaiete, um dos maiores do Brasil e o Festival Nacional de Teatro de Passos. Esteve em todas as edições do Festival Internacional de Teatro de Guaranésia, por meio de edital de seleção, competindo com grupos de todo o país. São muitos prêmios, nas mais diversas categorias, informa a atriz e fundadora Vanessa Marques. “Os dois espetáculos mais premiados, com seis troféus cada um, foram Enquanto a Chuva Não vem e Café de Meia. Há dez anos, o grupo lançou o Festival de Teatro Tramas & Dramas, que não competição entre as peças participantes. O objetivo é a formação de atores e público em Guaxupé. Em 2014, o festival não aconteceu pela perda precoce da fundadora e atriz do grupo, Arlete Mendes, em agosto de 2013. Em 2020, a pandemia tornou online o novo festival. E não há previsão de realizá-lo este ano. Em tempos de pandemia, foi lançado o projeto Traminhas, em 2020, para oferecer ao público infantil e infanto-juvenil peças com estética e temática que motivem crianças a pensar, a questionar e abrir o horizonte para um novo olhar. É uma geração acostumada com o audiovisual. Por isso, a estética e a pesquisa de linguagem são marcas do projeto para estabelecer conexão com o público.



Passarim do Elias

Contadores do Passarim em Rima Pra Poeta

O Instituto Cultural Elias José (ICEJ) é uma entidade de cunho literário, cultural e artístico, sediada em Guaxupé. Fundado em 2008 por Silvia Monteiro Elias, viúva do escritor, divulga a literatura infantil para manter viva a obra do escritor Elias José. Privilegia a linguagem oral através de contadores de histórias. Junto com o ICEJ foi criado o Grupo Passarim, responsável pela parte artística da instituição, contação de histórias, atividades com poesias rimadas, cantigas de roda e apresentações teatrais. Além de teatros, centros culturais, praças o Grupo Passarim se apresenta em escolas, entidades carentes, bibliotecas, livrarias, feiras livres e onde os livros e histórias são bem-vindos. O Passarim prioriza obras de Elias José para interagir com as crianças. Mas como o próprio Elias recontava historias, textos e contos populares, o Grupo também apresenta obras que se identifiquem os trabalhos do ICEJ.Desde 2011, acontece atualmente a Semana Elias José é um festival nacional de Literatura infanto-juvenil, que agrega teatro, contação de histórias em escolas, feira de livros, atividades realizadas por convidados, rodas de conversas e debates entre escritores. Com a morte da diretora do ICEJ, Silvia Elias, em 2019, as atividades foram interrompidas para uma nova restruturação no instituto. Na sequência, a pandemia do coronavírus afetou as atividades da Semana Elias José. A retomada aconteceu em 2021, com trabalhos audiovisuais, oficinas online, digitalização das obras do Elias entre outras ações. Nesses 13 anos, o Passarim voou para diversas cidades distantes e próximas para participar de festivais de teatro, semanas literárias e feiras de livros. Conquistou prêmios em praticamente todas as categorias teatrais.Atualmente, a diretora da Instituição é Ana Elisa Ribeiro (Lik), com coordenação de Bruna Emiliano, direção artística de Pedro Caetano Simões e a equipe de contadores de histórias: Silas Inocêncio, Elisângela Ferreira e Angélica Silva, e o músico Douglas Donizetti, ICEJ e Passariam também contam com o apoio dos filhos de Elias: Iara, Lívia e Érico.


Primeiro filme e Lobas Virtuais

Equipe do filme A Magera Domada, que estreia este ano

Outros dois grupos teatrais de Muzambinho se destacam pela originalidade. A Companhia Teatral Érika Evangelista iniciou trabalhos um 2012. Quatro anos depois, a Secretaria Municipal de Cultura criou o Festival de Teatro de Rua em parceria com a Cia. O Festival não teve continuidade nas gestões municipais posteriores. A Companhia já participou de festivais de teatro em Guaxupé e Juruaia. Com a pandemia, o grupo se reinventou e fez uma livre adaptação da peça teatral A Megera Domada, de Shakespeare, para um longa-metragem. O filme já foi produzido e tem estreia prevista para dezembro de 2021. Segundo Érika Evangelista, o principal projeto da Companhia Teatral pós-pandemia é continuar com projetos de longa-metragem.


Instinto do Las Lobas valoriza o protagonismo feminino

O Grupo Teatral Las Lobas iniciou pesquisas em agosto de 2019, com dramaturgia própria e adaptações literárias. A pandemia levou o grupo a participar de três festivais onlin. No Mostra de Cenas Curtas, do Máscaras, Thais Podesta foi indicada melhor atriz. No Festival Curte Vinhedo, a indicação de melhor atriz foi para Camila Fernandes. Levaram prêmio de melhor Cena pelo júri popular. Em 2021, no festival online de São Pedro, SP, duas indicações e prêmio de melhor conjunto de atores. O Las Lobas utiliza elementos de artes cênicas, visuais, musicais, arteterapia e outros formatos artísticos. Os trabalhos destacam revoluções da mulher contemporânea, o empoderamento, protagonismo feminino. Interpretações de arquétipos, relatos pessoais e muito mais. O mais recente trabalho do grupo, ainda inédito, é a peça Instinto, baseada no livro Mulheres que correm com os lobos, de Clarissa Pinkola Estés. O espetáculo reúne performance, contação de histórias e dramaturgia teatral. O texto poético leva à reflexão da importância da intuição de uma mulher e instiga o público a uma imersão do universo feminino.



Nascimentos na pandemia

De grão em grão, coletivo (A)bordar retomará aos palcos

Na pandemia, a prefeitura de Muzambinho iniciou a construção e restauração da fachada do Teatro Bernardo Guimarães, reconstruído em 1904, depois de um incêndio. A obra, que ainda não foi concluída, será palco para apresentações teatrais locais e regionais. No começo de 2021, Guaxupé ganhou um novo grupo de teatro. O (A)abordar nasceu do desejo e da costura de histórias, vivências e sonhos compartilhados por artistas guaxupeanos acessando narrativas e expressividades de nossos corpos. O primeiro trabalho realizado foi Vida em Grãos, um projeto audiovisual contemplado pela Lei Aldir Blanc, em Guaxupé. Por meio de contos e prosas, retrata os cafezais da região sob a ótica do trabalhador, com registro de narrativas. Segundo Flávia Romero Marques (Vinha), o projeto do coletivo é seguir pesquisas artísticas de forma online, até retomar gradativamente aos palcos, com segurança e seguindo orientações sanitárias.

Nascer na pandemia também é resistência.




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