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Quais os impactos da covid-19 para diabéticos?

Da Redação

Uma pesquisa inédita, realizada com 1.700 brasileiros, mostrou quais são os impactos da covid-19 em pessoas com diabetes. Os resultados foram publicados na revista Diabetes Research and Clinical Practice no dia 3 de julho.


Conduzido por um grupo de instituições nacionais e internacionais, incluindo a USP, o estudo revelou que os portadores da doença alteraram seus hábitos durante a quarentena, o que causou uma piora nos níveis glicêmicos. Se infectadas, essas pessoas podem desenvolver formas mais graves de covid-19.


Outro dado preocupante é que parte dos pacientes relatou dificuldades em receber os insumos necessários para controlar o metabolismo. Do total de 64% dos pacientes que obtêm os produtos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), apenas 21% deles receberam os medicamentos para 90 dias, conforme recomendação do Ministério da Saúde.


O questionário, composto por 20 questões de múltipla escolha, foi enviado por meio das redes sociais de associações e grupos de diabetes. De todos os participantes, 75% eram mulheres, 78% tinham entre 18 e 50 anos e 65% moravam na região Sudeste. A maioria (60%) era portadora de diabetes tipo 1 e 31% do tipo 2. Além disso, 39% tinham acesso ao serviço privado de saúde e 33% deles utilizavam tanto o sistema público quanto o privado.


Os dados foram coletados entre 22 de abril e 4 de maio de 2020.


Ferramenta matemática

Com todas as respostas em mãos, coube a Viviana Giampaoli, professora do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP, construir um mapa de relações para estabelecer as associações entre idade, ocorrência dos sintomas da covid-19, tipos de diabetes e a evolução de algumas comorbidades, por exemplo.


“Vimos que as pessoas com diabetes do tipo 2 controlam menos a glicemia e apresentaram maior frequência de outras doenças e complicadores, como problemas de saúde mental”, explica Viviana. “Vários pacientes com diabetes tipo 1 apresentaram sintomas de covid-19 e não foram testados, mesmo convivendo com familiares infectados.”


Nos cuidados de rotina, é importante manter uma alimentação saudável e a prática de exercícios, já que essas atividades ajudam a manter a glicemia em níveis seguros. A maioria dos respondentes (95%) passou a ficar mais tempo em casa e diminuiu a atividade física.


“Quase 60% das pessoas reportaram redução nos exercícios”, relata Mark Thomaz Ugliara Barone, vice-presidente da Federação Internacional de Diabetes e primeiro autor do estudo. Dos 1.701 entrevistados, 38,4% adiaram suas consultas médicas e a realização de exames. Quase 49% deles aumentaram o tempo em frente à TV e 53% acessaram mais a internet.


Dos 91% que monitoram a glicemia, a maioria (59%) percebeu alterações como aumento (20%), diminuição (8,2%) ou maior variabilidade (31%) nos níveis de glicose. . “Obviamente que esses fatores vão ter um impacto importante sobre os autocuidados, por isso a população precisa ter um acesso otimizado ao serviço de saúde”, relata Barone.


“No questionário, havia um campo de observação onde os pacientes escreveram relatos desesperados sobre a dificuldade de entrar em contato com os médicos pessoais”, enfatiza.

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