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Da Redação

Dr. Tiago Donizetti: dedicação à ciência das análises clínicas

COM ARTIGOS PUBLICADOS EM REVISTAS INTERNACIONAIS, BIÓLOGO GUAXUPEANO FALA DOS DESAFIOS DA CARREIRA


Antes de falar do Biólogo, temos que entender, bem basicamente, o que é Biologia. A palavra Biologia é formada por dois radicais latinos, a dizer bios = vida e logus = estudo, trocando em miúdos a Biologia pode ser definida como o “estudo das coisas viventes”, ou “estudo da vida”.


O profissional formado em Biologia é chamado de biólogo, um estudioso da vida. Ao contrário do que muita gente pensa, a curiosidade e a observação da vida e dos seres que nos cercam não é recente, pelo contrário.


O primeiro registro de pensamento científico que se tem na história é atribuído à Tales de Mileto, que viveu no século VI a.C. Tales estava andando pelas cercanias de sua casa e achou uma concha, sendo que essa região ficava a vários quilômetros do mar. Ao invés de atribuir essa descoberta à “vontade dos Deuses”, como era de costume na época, Tales concluiu que aquele local teria tido um mar em tempos remotos.


Passados alguns anos, temos na figura de Aristóteles, mais ou menos em IV a.C., a primeira pessoa a tentar classificar de alguma forma os seres viventes, sendo os seres racionais os que apresentavam temperatura corporal quente e corpo seco e os irracionais os que apresentavam temperatura fria e corpo úmido. No entanto, foi no período das grandes navegações que os estudos sobre a natureza ganharam um grande impulso.


Naquela época, os estudantes e observadores dos fenômenos naturais eram chamados de naturalistas. Como ser naturalista ainda não era considerado uma profissão, mas um passatempo, um hobby, geralmente os mesmos eram grandes proprietários de terras e fortunas que não tinham necessidade de trabalhar para se sustentar, logo tinham tempo suficiente para estudar e desenvolver suas pesquisas e observações. Naturalistas famosos foram: Carolus Linnaeus, Geofroy Saint-Hilaire, Georges Cuvier, Alfred Russel Wallace e o próprio Charles Darwin.


Em Guaxupé, o biólogo Tiago Donizetti da Silva é um dos mais destacados na área. É formado em Ciências Biológicas e atua como Analista Clínico e Diretor Administrativo no BIOMED – Laboratório de Análises Clínicas. Ele concedeu entrevista à MIDIA e falou dos desafios da profissão.


Fale-nos de sua vida estudantil e quando descobriu sua vocação para biologia.

Sempre fui muito curioso e de certa forma “inconformado” com quase tudo, sendo assim, sempre tive diversos questionamentos e precisava de ferramentas para respondê-las. Desde o ensino médio já era apaixonado pela disciplina de biologia e principalmente assuntos relacionados à genética e biologia molecular. O curso de Ciências Biológicas foi uma escolha natural com base na minha curiosidade pelos mecanismos envolvidos na manutenção dos seres vivos e a possibilidade de entender estes processos e intervir de diversas formas neles através da atividade laboratorial.


Como é o curso de Ciências Biológicas e suas características.

Biologia, como diz o nome, é o estudo da vida. Sua área de atuação está em todo o canto onde tem vida, em todos os ramos – vegetal, animal e humano. Aliás, o biólogo é o único profissional apto a lidar com toda e qualquer espécie de vida, desde as extintas às que acabaram de ser conhecidas, sendo assim, o curso de Ciências Biológicas é um curso bastante generalista. Os conteúdos englobam conhecimentos biológicos e das áreas das ciências exatas, da terra e humanas. De maneira geral as disciplinas básicas são realizadas no início do curso e são comuns independente da habilitação que será obtida ao final do curso. No último ano o foco é dado as disciplinas específicas à área de habilitação.


Quais áreas de atuação do Biólogo?

O biólogo possui 3 grandes áreas de atuação, sendo elas:

•Biotecnologia e Produção;

•Saúde;

•Meio Ambiente e Biodiversidade

As habilitações dos biólogos são regulamentadas e fiscalizadas pelo CFBio – Conselho Federal de Biologia.


Como foi que definiu a área que gostaria de atuar?

Desde o início do curso sempre soube que gostaria de trabalhar em laboratório. Durante o curso, tive a oportunidade de ter como professor o Bioquímico Carlos César Camillo, referência na área de Análises Clínicas na região, e a carreira dele de certa forma serviu de inspiração para que eu seguisse nesta área. Desta forma, realizei meus estágios curriculares durante a faculdade em laboratórios de análises clínicas e ao final do curso já iniciei minha carreira na área aqui em Guaxupé mesmo. No ano seguinte fui embora para São Paulo e me especializei em análises clínicas em um dos melhores cursos da área na época na Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP-EPM que foi uma grande realização e diferencial em minha carreira.


Quais os desafios da área escolhida?

No ambiente hospitalar, o biólogo com habilitação em Análises Clínicas encontra espaço em pesquisa e desenvolvimento científico, genética, análises clínicas, reprodução humana, medicina ortomolecular e outros. No laboratório de análises clínicas divide a realização de exames, análise e diagnóstico laboratorial, orientação de procedimento, coleta de amostras, informações de rotinas e condutas com farmacêuticos e biomédicos. É um grande desafio trabalhar na área de diagnóstico clínico. Esta área exige atualização constante pois a cada momento são disponibilizados novos métodos para diagnosticar novas patologias e temos de estar sempre preparados para oferecer ferramentas modernas que irão auxiliar o médico na tomada de decisão frente à um diagnóstico.


Fale-nos sobre os seus cursos de especialização.

Sou especialista em Patologia Clínica/Medicina Laboratorial pela Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina. Nesta mesma Universidade cursei também meu Mestrado em Ciências da Saúde e Doutorado em Medicina Translacional. Ao todo foram 10 anos de estudo na UNIFESP-EPM.


Você pertence ao seleto grupo de especialistas com artigos publicados em revistas internacionais. Como foi?

Sim. Eu tive a oportunidade de fazer parte de um grupo de pesquisa de excelência, em uma Universidade de alto nível chefiado por uma médica – Dra. Nora Manoukian Forones, referência na área de atuação. E no decorrer deste período todo nosso trabalho foi documentado em mais de 10 artigos publicados em revistas internacionais. A linha de pesquisa geral do nosso grupo a se baseava na Identificação e Monitoração de Processos Patológicos - Biomarcadores genéticos, imunológicos e bioquímicos para diagnóstico precoce e monitorização funcional em doenças prevalentes. Meu objetivo principal era a identificação de alterações moleculares com potencial para uso como biomarcadores no diagnóstico de tumores gastrointestinais. Hoje tenho me dedicado de maneira prioritária ao BIOMED, mas ainda tenho a felicidade de continuar como Pesquisador colaborador neste grupo de pesquisa na UNIFESP.


Qual a importância da biologia na pandemia COVID-19?

Integrando o rol de profissionais que atuam na área da saúde, Biólogos têm trabalhado em diversas frentes a fim de auxiliar no enfrentamento da pandemia do coronavírus (COVID-19) e na busca por desenvolver e aperfeiçoar métodos para diagnóstico, prevenção e tratamento. No total, conforme estabelece a Resolução Nº 227/2010, profissionais da Biologia são habilitados a atuar em 25 áreas em Saúde. No caso da pandemia do coronavírus, são grandes as contribuições, especialmente nas seguintes atividades: Análises Clínicas; Vigilância em saúde epidemiológica, sanitária e ambiental; detecção e prevenção de doenças e agravos transmissíveis à saúde e seus fatores de risco, bem como a elaboração de estudos e normas para ações de vigilância; Pesquisas científicas; Educação e orientação da população e de profissionais da saúde sobre sintomas e formas de transmissão, bem como sobre medidas para prevenção e controle da doença.


Fale dos avanços da biologia.

A biologia é uma profissão em constante evolução. Na área da saúde, durante a pandemia, podemos perceber a importância do profissional na pesquisa de novas vacinas e métodos de diagnóstico. No diagnóstico clínico, compondo equipes multidisciplinares, o conhecimento generalista característico da profissão é um diferencial que agrega e enriquece.



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