Ele é Administrador de Redes e Sistemas na segunda melhor empresa para se trabalhar em TI nos Estados Unidos e mantem a segurança e a funcionalidade da rede interna da empresa de 310 mil funcionários e faturamento anual de US$ 95 bilhões
Sou Arie Cuglovici Abrão, tenho 33 anos. Atualmente, sou profissional em Cyber Segurança e Administração de Redes e Sistemas. Nasci em São Paulo, mas minha infância foi em Guaxupé, até os 28 anos. Meus pais são Claiton Abrão e Michali Cuglovici Abrão e tenho duas irmãs, Diana e Elis.
Guaxupé foi repleta de experiências, amizades e memórias afetuosas, desde domingueiras no Clube Guaxupé, encontros na "Avenida de baixo" até tardes no Country Clube. Muitos amigos dessa época até vieram para minha festa de casamento nos Estados Unidos.
Sempre gostei de estudar outras línguas (além do Português, hoje falo também Inglês, Espanhol, Hebraico, básico do Árabe e estou estudando Italiano). Por esse motivo, meus professores de inglês da Wizard Guaxupé me marcaram demais. Ainda tenho contato com alguns deles: Débora Bachião e Biano Rodrigues. São ambos exemplos de professores e ícones que me influenciaram e se tornaram amigos.
Apesar de sempre ter sido muito bom com computadores e sempre desmontando e montando eletrônicos durante minha infância (com a ajuda do meu grande amigo-irmão Guilherme A. Nogueira), estudar Engenharia da Computação ou Tecnologia da Informação não me parecia óbvio, por alguma razão. Tive a oportunidade de estudar em uma das melhores universidades em Engenharia Elétrica em Telecomunicações do Brasil: o Inatel, em Santa Rita do Sapucaí. Estudei por 4 anos e abandonei no último ano para me dedicar a empresa que eu abri em sociedade com o meu pai. Acabamos tendo 3 empresas juntos. Sou muito grato por todas as portas que se abriram por ter trabalhado nesse setor, mas Energia Solar não era a minha paixão e eu também não sentia que eu pertencia ao Brasil.
Iniciei uma intensa busca para me encontrar nesse mundo/vida. Durante esse processo, viajei por mais de 30 países e escalei 84 montanhas e acabei me mudando para Israel, em 2018. Foi lá que eu tive a sensação de pertencimento, de estar no lugar certo.
Claro, a vida para um novo imigrante é difícil. Estudava hebraico de manhã, trabalhava como garçom a tarde e bartender a noite. Mesmo com saudades da terrinha e da família, trabalhando em dois empregos e tendo que estudar uma língua tão difícil como o Hebraico, eu me sentia muito feliz.
Conheci minha esposa, Christina Smith (hoje também Cuglovici Abrão), nos EUA. Atualmente, não temos filhos, mas temos dois gatos: Chessie e Squish. Atualmente moro em Silver Spring, Maryland.
Finalmente, decidi aceitar minha obsessão por tecnologia e computadores e transformar minha paixão em carreira. Estudei Cyber Segurança e Rede de Computadores por conta própria por 2 anos, adquirindo certificados e cursos respeitados internacionalmente. Vendo que não havia mais nada que me interessasse profissionalmente, a não ser Segurança da Informação, pedi demissão e, durante 9 meses, estudava em média 10 horas por dia, 6 dias por semana. Hoje sou Administrador de Redes e Sistemas na segunda melhor empresa para se trabalhar em TI nos Estados Unidos. Eu e minha equipe trabalhamos para manter a segurança e a funcionalidade da rede interna da empresa que conta com 310 mil funcionários e faturamento anual de US$ 95 bilhões.
Sempre quis morar em outro país por me sentir deslocado e ter uma sensação de “não-pertencimento” no Brasil. Os EUA oferece uma vida replete de possibilidades para quem trabalha duro. É um país extremamente multicultural e multirracial. Para quem tem a mente aberta, é um país sensacional para se viver. Hoje considero o Brasil como minha raiz, Israel como meu porto-seguro e os EUA como a minha casa.
Se não fossem pelas ideias malucas e geniais do meu pai, pela inteligência e resiliência da minha mãe, pelo apoio emocional e empatia das minhas irmãs, eu não teria essa curiosidade e sede de aprender, não teria tido uma vida tão feliz e, com certeza, nunca teria moldado o caráter e integridade que me orgulho de ter hoje em dia. Meus pais sempre disseram que “criaram os filhos para o mundo” e essa frase não poderia ser mais verdadeira. Tudo o que importa a eles é a felicidade dos filhos. Nada mais. Não importa onde estamos, o que estamos fazendo ou para onde planejamos ir, nossos pais sempre só querem saber se estamos felizes.
Financeiramente, nós passamos por altos e baixos, mas isso nunca interferiu no esforço imensurável deles em garantir que os três filhos estivessem felizes. E se isso não significa ser uma figura paterna/materna de sucesso, eu não sei o que mais significa.
Sempre falo para minha esposa que a próxima vez que eu for visitar o Brasil, quero ficar um bom tempo em Guaxupé. Não em Fernando de Noronha, não em Búzios, não em Floripa, não em São Paulo, mas sim, em Guaxupé! Esta cidade vai estar sempre no meu coração! Cidade de gente simples, mas interessante. Cidade pacata mas influente. Pequena mas potente. Mineira mas internacional!
Espero que meus caros conterrâneos leitores da Revista Mídia consigam manter os bons valores da nossa cidade para que mais pessoas – residentes ou não - possam continuar a se orgulhar da nossa “terrinha”!
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