Candidato a Deputado Federal pelo PSD fala da vacância de líderes no Sul de Minas, da sub-representatividade no Governo Federal e da força que a região possui para eleger mais deputados
Uma nova geração de políticos tem surgido no Brasil. A renovação é vista em todas as esferas do poder público, desde os municípios, estados e até mesmo no contexto federal. A cada ano, uma nova gama de jovens tem se dedicado a se preparar para exercer a gestão pública com eficiência e, sobretudo, ética.
Para se ter uma ideia, a média de idade dos candidatos que solicitaram registro para o as eleições municipais de 2020 foi de 45,6 anos. Os dados são Tribunal Superior Eleitoral.
Um desses casos é o do cientista da computação,
O candidato a deputado federal pelo PSD Celso Donato, de 42 anos, já na juventude decidiu se dedicar à política. Ele nasceu em Poços de Caldas onde viveu até os 2 anos de idade. Devido a profissão dos pais, que eram bancários, mudou-se para Belo Horizonte, mas nunca desistiu de retornar à cidade natal.
Após entrar para a faculdade de Ciências da Computação, em Belo Horizonte, não hesitou e transferiu o curso Poços de Caldas, onde está definitivamente desde 2001. Nesses 21 anos, ele desenvolveu vários projetos empresariais na cidade, entre eles, um site para cobertura de eventos. Nesta época, tornou-se conhecido na Universidade e possibilitou seu ingresso no mundo da política.
Isso se deu através do convite de Tereza Navarro, filha do ex-prefeito da cidade, Sebastião Navarro, para que ele assumisse a presidência do extinto Partido da Frente Liberal – PFL/Jovem, em 2003. Ele coordenou a campanha que elegeu Navarro. Mais tarde, foi convidado para participar deste governo e criou o Plano Municipal de Juventude, um programa educacional para crianças e adolescentes que aconteceria no contra-turno escolar.
“Foi um projeto maravilhoso. Começamos o programa com 3 mil crianças atendidas e encerramos com um total de 10,7 mil em 4 anos. Foi o início de um trabalho de educação pública no período integral em Poços de Caldas”, comentou.
Celso abriu mão do diploma e se dedicou exclusivamente ao trabalho público. Na gestão que sucedeu Navarro, sendo eleito Paulinho Courominas, ele voltou a ser convidado para integrar o governo, mas desta vez, no setor de saúde.
“Atuei em uma área que gosto muito, a do desenvolvimento humano, voltada à capacitação e humanização da saúde. Conseguimos avançar nesse sentido e implantamos vários projetos em parceria com o Sistema Único de Saúde”, pontuou.
A caminhada continuou e, após esta experiência, Donato foi convidado para integrar a equipe do deputado estadual Carlos Mosconi, com quem trabalhou em Belo Horizonte. Segundo ele, foi uma experiência marcante pois acabou representando o deputado na cidade administrativa. “É outra esfera governamental, pude aprender muito e fazer grandes amigos, entre eles, Diniz Ribeiro, Antônio Carlos Arantes e Dalmo Ribeiro, com quem também trabalhei na região de Pouso Alegre”, explicou.
Mas logo foi chamado para retornar à Poços de Caldas para atuar na campanha do atual prefeito, Sérgio Azevedo, o primeiro na história da cidade a ser reeleito.
“No início da campanha tínhamos entre 3% a 4% dos votos e encerramos vitoriosos com mais de 50% dos votos válidos. Após a posse, ele me convidou para ser seu secretário de Governo, acumulando também a secretaria de Comunicação. O primeiro mandato foi muito difícil porque o Governo do Estado reteu muitos recursos. Mas conseguimos, com criatividade e responsabilidade, atravessar esse período difícil. A população reconheceu esse trabalho e reelegeu Sérgio. Foi uma quebra de tabu, pois até então nenhum prefeito havia sido reeleito na cidade”, considerou.
LIDERANÇAS REGIONAIS
Exercendo funções importantes dentro do governo do município de Poços de Caldas, Celso começou a analisar a pequena representatividade da região, sobretudo na Câmara dos Deputados. Segundo ele, políticos como Carlos Melles, Carlos Mosconi e Geraldo Thadeu - que sempre tiveram votações expressivas e trabalhos marcantes no Sul de Minas - deixaram Câmara dos Deputados para atuarem em outras áreas, abrindo uma grande lacuna na liderança regional.
“Poços e região vivem um momento de vacância de novas lideranças. Dos anos de 1980 até 2014 houve muita representatividade com as lideranças de Sebastião Navarro, Carlos Melles, Carlos Mosconi e Geraldo Tadeu, alterando-se entre prefeituras, Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados. Nesse momento, nossa região tem apenas um representante, que é o meu amigo Emidinho Madeira, que responde por, aproximadamente, 100 cidades. O Sul de Minas tem 2 milhões de eleitores e podemos fazer mais que um deputado federal. Por isso digo que nossa região está sub-representada e temos força política para fazer mais deputados”, analisa.
Ele explica que houve um trabalho interno para que ele assumisse a posição de pré-candidato a deputado federal nestas eleições devido ao conhecimento que tem das demandas da região.
“Meu nome foi escolhido como uma opção para atuar de forma mais próxima do Sudoeste de Minas, desde Guaxupé, Guaranésia, Arceburgo, Muzambinho e Juruaia até Poços de Caldas. Porém, apesar desta minha predileção pela gestão pública, tenho minha esposa Camila e minha filha Sofia. Este trabalho consome muito trabalho e reduz muito nosso tempo com a família. E quero ser um marido e um pai presente em meu lar. Toda essa vivência política aliada a minha juventude e liderança levaram a escolha do meu nome. Em um primeiro momento fiquei muito pensativo, mas concordei em assumir essa responsabilidade e sou candidato com o objetivo de formar uma grande aliança pela região”, analisou.
Donato reitera o protagonismo das cidades de Poços de Caldas e Guaxupé na região. “São municípios polos e precisam de mais lideranças para trabalharem por suas demandas. Tenho grandes amigos por toda essa região e os deputados Melles, Mosconi e Gerado Thadeu fizeram muito por Guaxupé enquanto estavam deputados. Estive na Santa Casa da cidade e vi aparelhos, reformas e ampliações feitas através de emendas de recursos indicados por eles. Precisamos retomar esse grande protagonismo na Câmara dos Deputados. Precisamos somar com os deputados que serão eleitos em prol de nossa região”, pontua.
Ele explica que é preciso consolidar essa representatividade que somente será possível elegendo deputados que na região residem, que estão sempre perto da população e de suas demandas. “Precisamos de defensores de nossa região na Câmara de Deputados dando prosseguimento ao grande legado desses nossos ex-deputados”, considerou.
Hospital de Câncer de Poços de Caldas
Celso Donato relembrou ainda uma grande projeto voltado para o tratamento dos pacientes com câncer na região. Segundo ele, no Governo de Antônio Anastasia houve uma reunião na sede da Associação Mineira de Municípios quando aconteceu um entendimento entre os prefeitos da região para que se construísse em Poços de Caldas um Hospital Regional do Câncer. Este centro de saúde especializado atenderia toda essa macrorregião mineira. Na época, foram liberados 2 convênios e o governador em exercício, Alberto Pinto Coelho Júnior, esteve em Poços de Caldas para o lançamento da pedra fundamental. Porém, houve a mudança de governo estadual que cancelou este importante convênio.
“A pedra está lá há 8 anos, sem nenhum tijolo erguido, infelizmente. Mas não desistimos desse sonho. Através de conversações com o senador Rodrigo Pacheco, por intermédio do ex-governador e ex-senador, Antonio Anastasia, houve um avanço neste sentido. Haverá o repasse do governo federal de R$ 20 milhões para que se iniciem as obras do Hospital Regional do Câncer de Poços de Caldas, sendo metade a ser repassada no segundo semestre deste ano e o restante para o ano que vem. Uma obra imprescindível que trará estrutura e tecnologia para tratar tantas pessoas de nossa região que sofrem, infelizmente, com essa doença”, finalizou.
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