
A Ansiedade ou Angústia de Separação é encarada como uma característica que faz parte do desenvolvimento infantil e refere-se às preocupações da criança ou dos pais relativamente à perda de algo que aparentemente pudesse dar segurança naquele momento.
Mas às vezes a angústia de separação que seria esperada, torna-se excessiva e prejudicial na vida da criança. Nestes casos pode-se estar perante uma Perturbação desta Angústia de Separação.
Percebe-se neste momento uma excessiva ansiedade relativa ao afastamento da casa ou daqueles a quem a criança está ligada.
Quais os sinais de alerta desta perturbação:
- Um mal estar excessivo quando está prestes a acontecer a separação de casa ou da figura de maior vínculo;
- Preocupação excessiva pela possível perda das pessoas mais íntimas ou por acreditar que possa acontecer algo ruim com essas pessoas;
- Preocupação que se transforma em medo de que alguém que é responsável não vá buscá-la na escola;
- Resistência na hora de ir para a escola ou outro local onde as figuras íntimas não estejam por perto;
- Medo excessivo de ficar sozinho em casa ou cômodo da casa ou mesmo, sem a certeza de que alguém em quem confia possa estar bem próximo;
- Pesadelos repetidos envolvendo a idéia de separação;
- Queixas repetidas de sintomas físicos como dores de cabeça, dor de barriga, náuseas, vômitos, quando ocorre ou antecipa a separação das figuras importantes ligadas à criança.
São vários os motivos que poderiam levar a esta intensa angústia:
- Grande instabilidade familiar;
- Dificuldade para se adaptar a qualquer mudança como escola, casa, amigos, chegada de irmãozinho;
- Separação de pais, doenças em um dos pais ou familiar próximo;
- Super proteção à criança, dificultando sua autonomia;
- Permissividade excessiva, passando à criança a idéia de que ela está no comando da casa e de todas as situações;
- Excesso de exigência, falta de atenção e cobranças indevidas.
Como ajudar uma criança nestas condições?
- Tentar diminuir o nível de ansiedade dos responsáveis e outras figuras significativas na vida da criança;
- Manter a rotina, regras e transmitir segurança e acolhimento;
- Observar o que está reforçando a ansiedade de separação;
- Ajudar a criança a lidar com o que teme, mostrando que tanto papai como mamãe vão estar lá para lhe oferecer conforto;
- Sempre diga a frase “eu volto para buscar você” onde quer que esteja;
- Os momentos junto com ela que possam ser bem aproveitados, com alegria, brincadeiras, carinho, tranquilidade;
- Tentar socorrer assim que perceber os primeiros sintomas, não apenas para aliviar o sofrimento da criança, mas também para prevenir futuros desajustes maiores.
- O tratamento pode ajudar a criança a compreender seus medos.
Todos nós vamos passar por nossas angústias, de certa forma. Isto ajuda em nossa estruturação. O que é realmente fundamental em nossa vida é o sentimento de que somos desejados. Nosso desejo fundamental é o desejo de sermos desejados. Não vamos confundir com mimos, excesso de proteção ou aprovação de todos os nossos feitos, mas quando não recebo críticas indevidas e sou ouvido com atenção, com certeza vou me sentir incluído, aceito e fazendo parte do desejo do outro. Precisamos sentir na vida que alguém “cuida” de nós. Este sentimento de ser cuidado nos traz mais segurança e fortalece nossa autoestima.
A todos um grande abraço!
Dra. Marilete Tavares Zampar
Formada e Pós-Graduada em Letras - FFCL R.P., Psicanálise – UNIFRAN, Psicopedagogia – UNISANTANA; Psicodrama Nos Distúrbios Psicossomáticos - EPP Doutorado - WDU; Pós-Graduação em Saúde Mental – FCM Unicamp; Pós-Graduação em Transtornos Alimentares – FCM Unicamp; Neurociência – UFMG; Neuropsicopedagogia – UCAM. Membro da Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil.
Contato: Praça Presidente Kennedy, 102 Guaxupé – MG - Telefone: (35) 3551-0692
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